quarta-feira, 23 de outubro de 2019

ESPECIAL 2: TECNOLOGIA, A FERRAMENTA PARA DRIBLAR OS GARGALOS DO TRANSPORTE DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

ESPECIAL 2 – Tecnologia, a ferramenta para driblar os gargalos do transporte da Região Metropolitana de Curitiba
Dados gerados pelo CCO das empresas de ônibus viram estatísticas e podem ser usados até para segurança pública
Fonte:
https://diariodotransporte.com.br/2019/10/16/especial-infraestrutura-insuficiente-e-regulamentacao-pouco-flexivel-sao-os-principais-gargalos-dos-transportes-da-regiao-metropolitana-de-curitiba-dizem-viacoes/


Na semana passada, você acompanhou aqui uma matéria especial do site especializado em mobilidade, Diário do Transporte, sobre os gargalos nos deslocamentos por ônibus na Região Metropolitana de Curitiba.
Tanto o CEO (diretor executivo) da Associação Metrocard, que reúne as 19 empresas metropolitanas, Ayrton Amaral, como o presidente da Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, gerenciadora do Governo do Estado do Paraná, Gilson Santos, apontaram como principal problema a falta de espaços prioritários para o transporte coletivo na ligação entre a capital e as cidades no entorno.
Como são obras que exigem investimentos e reformulação do espaço, enquanto não são realizadas, algo deve ser feito para ao menos reduzir os impactos da falta de prioridade a quem usa os ônibus.
Por parte das empresas, a tecnologia tem sido um instrumento para melhorar a gestão e a operação.
O Diário do Transporte visitou o CCO – Centro de Controle Operacional da Metrocard, que reúne as viações.
O local, que fica na sede da entidade no centro de Curitiba, permite o monitoramento em tempo real da operação dos quase 900 ônibus das 19 empresas que atendem a 18 cidades.  Dados como localização dos ônibus, velocidade dos veículos no momento da operação, identificação do motorista e comunicação de problemas como trânsito e acidente entre o motorista e os controladores são algumas das funcionalidades da tecnologia.
O coordenador do CCO, Guilherme Artur Zippin, diz que todas as eventuais anormalidades são registradas. Já há ações programadas para contornar, quando possível, os impactos de algumas ocorrências, como acidentes, interdições e obras.
“O sistema como um todo possui diversos parâmetros que servem para durante a execução gerar eventos caso alguma exceção ocorra. Existe a tabela de eventos onde tudo fica registrado e é informado para o pessoal do CCO. Por exemplo: há eventos de comboio [quando um ônibus alcança o outro], serviço adiantado, serviço atrasado, excesso de velocidade, violação de perímetro [quando o ônibus sai do itinerário], entre outros. Tudo isso vai para o CCO que vai investigar a situação e fazer uma justificativa para que depois a gente tenha as estatísticas em relação a isso” – explicou
O consultor técnico da Metrocard, Anderson Oberdan, disse que o ponto mais importante não é somente a geração das informações em si, mas o uso que se faz dela. E a informação pode ser um os principais instrumentos para medidas consideradas estratégicas, como alterações de itinerários e horários, por exemplo, para melhorar o atendimento ao passageiro.
“Além das informações geradas pelo CCO, nós temos outro importante banco de dados, o da bilhetagem eletrônica. Há uma ferramenta tecnológica de inteligência pela qual nós aplicamos estas informações geradas. Isso nos permite entender melhor o que está acontecendo no dia a dia do passageiro e da operação. Em posse de tudo isso, podemos tomar algumas ações mais assertivas. Não há como definir uma ação sem entender a dinâmica do que está acontecendo” – explicou Oberdan que deu alguns exemplos práticos:
Há a possibilidade de saber em quais paradas em todas as 18 cidades há maior número de embarques. Isso ajuda a definir de forma mais precisa quais pontos são prioritários para receber abrigos.
Um mapa informatizado dinâmico mostra ainda se cada ponto está dentro de um raio de alcance para determinar onde é necessário receber novas paradas.
A bilhetagem também mostra, com dados mais precisos, o número de passageiros em cada faixa horária e não somente isso, mas o perfil dos passageiros. Por exemplo, idosos utilizam mais os ônibus entre às 9h00 e antes do almoço. Com isso é possível definir lotação, trajeto da linha e outros tipos de atendimento para este público, segundo Oberdan.
O consultor deu ainda um exemplo de como estes dados podem ajudar no planejamento de ações pelo poder público que não são diretamente de transporte, mas influenciam nos serviços.
É o caso da segurança pública. A ferramenta tecnológica conseguiu traçar as áreas onde mais havia roubos a ônibus e passageiros. Estes dados foram entregues pelas empresas às autoridades que começaram a concentrar ações nas áreas onde ocorreu o maior número de casos.
Segundo Anderson Oberdan, em agosto de 2017, foram registrados 90 assaltos somente no sistema metropolitano, ou seja, uma média de três assaltos por dia.
O sistema conseguiu gerar e tabular dados como locais dos assaltos, horários de maior incidência, quantidade subtraída dos veículos e fazer uma espécie de mapa de violência.
Com a atuação dos órgãos de segurança pública tendo como base os dados, Oberdan diz que de 90 assaltos em agosto de 2017, o número passou para 20 ocorrências de assaltos em setembro 2019.
Além de a Metrocard ter seu CCO congregando todas as empresas, algumas viações possuem suas centrais próprias de monitoramento.
A Leblon, de Fazenda Rio Grande, tem uma sala de controle dentro do terminal.
No local, são exibidos os dados do CCO da Metrocard e também de um sistema próprio comprado pela empresa.
O assessor de tráfego, Guilherme Lemes diz que uma ferramenta informa, por exemplo, as áreas de trânsito congestionado ou com acidentes, permitindo programar desvios e rotas alternativas.
“Por exemplo, a partir dados de onde ocorrem normalmente os maiores pontos de congestionamento, fazemos estudos para determinar qual seria a melhor rota para cada linha, para que a gente consiga uma maior fluidez do transporte coletivo como também atender todos os usuários, sem deixar pontos de parada sem a passagem do ônibus por causa desses desvios” – disse Guilherme Lemes que ainda acrescentou que a empresa escolheu colocar o setor de monitoramento no terminal e não na garagem para ficar mais perto dos motoristas que estão em operação e do passageiro que precisar de alguma informação.
Também assessor de trafego da Leblon, Emerson Moraes, explica que todos os dados são usados para planejamento de linhas e até para treinamentos de motoristas e cobradores.
“Através destas informações conseguimos identificar quais linhas necessitam de alterações, se  o tempo determinado para trajeto está sendo suficiente, se podem existir rotas mais interessantes para os próximos desvios,  pontos que devemos evitar nestes desvios e até para a qualificação dos profissionais. A utilização destas ferramentas é extremamente importante não só em tempo real, mas para todo o planejamento que nós fazemos na garagem para a melhor realização do serviço” – disse Emerson Moraes.
Confira o material completo no site-fonte:
https://diariodotransporte.com.br/2019/10/16/especial-infraestrutura-insuficiente-e-regulamentacao-pouco-flexivel-sao-os-principais-gargalos-dos-transportes-da-regiao-metropolitana-de-curitiba-dizem-viacoes/


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